Gerindo a jornada do cliente como se fosse um projeto

Programas de fidelidade não são apenas mecanismos de marketing, são alicerces estratégicos para empresas que buscam crescimento sustentável. Ainda assim, muitos negócios insistem em tratá-los como ações pontuais, campanhas sem a disciplina de gestão que garantiria consistência e resultados impactantes. O resultado costuma ser previsível como iniciativas fragmentadas que acumulam cadastros, mas não constroem lealdade genuína.

E se mudássemos a perspectiva? E se a jornada do cliente fosse conduzida como um projeto, com todas as suas etapas: entregas, riscos e stakeholders claramente definidos? Esse olhar pode ser o diferencial entre um programa que simplesmente existe e outro que, de fato, gera valor.

Todo projeto começa com um cronograma. Na lealdade, esse cronograma é a jornada do cliente, da descoberta inicial à recompra, gerir esse tempo é garantir fluidez em cada ponto de contato, sem atritos que interrompam a relação.

O cronograma sozinho não basta, em projetos o que realmente importa são as entregas. Já na fidelização, essas entregas se materializam nas experiências vividas pelo cliente, em cada interação que ofereça conveniência, reconhecimento ou exclusividade. Quando as entregas são consistentes, o cliente percebe valor e quando falham, a relação se esvazia.

E como em todo projeto, os riscos estão sempre presentes. No loyalty, o maior deles é o “churn”, momento em que o cliente abandona a marca silenciosamente e sem rastros, em busca de uma experiência mais relevante e ignorar esse risco é como ignorar um sinal de alerta crítico que cedo ou tarde, o impacto se torna inevitável.  Se antecipar ao “churn" exige principalmente escuta ativa e ajustes ágeis, exatamente como gestores de projetos fazem para manter suas demandas sob controle. 

Ainda sim temos um  ponto essencial nos projetos que são os stakeholders. No universo do loyalty, eles têm nome, sobrenome, rosto e gosto. São os clientes ativos, cujo feedback alimenta decisões, ajustes e mecânicas. Empresas que escutam seus consumidores de maneira estratégica criam programas mais sólidos, duradouros e de sucesso.

A disciplina da gestão de projetos nos lembra que grandes realizações não acontecem por acaso, dependem de planejamento, execução, monitoramento e melhoria constante. O mesmo vale para a jornada do cliente quando é conduzida como um projeto, ela deixa de ser um exercício de criatividade isolada e se torna uma estratégia sólida, capaz de gerar resultados concretos, no fim, clientes leais não nascem apenas de campanhas inspiradoras, mas de projetos bem conduzidos e é justamente aí que reside o futuro do loyalty: no encontro da experiência que fideliza e da gestão que sustenta.

artigos recentes