Todo poder de volta ao consumidor !

O título deste artigo pode ter soado um pouco panfletário para você, mas ele

deveria mesmo estar em bandeiras, cartazes e muros em todas as empresas

por aí.

Não em letras bonitas penduradas nas paredes de entrada dos edifícios, mas

sim escrito a mão, na caligrafia de cada cliente que já comprou ou pensou em

comprar uma marca.

Não se pode negar que o crescimento de discussões sobre o foco no cliente, e

a importância de se criar processos de atendimento e experiências cada vez

mais completas para os clientes trouxe uma série de benefícios para os dois

lados. Enquanto empresas buscaram eficiência e processos mais simples, os

clientes puderam perceber a redução da burocracia e dos processos

complexos e longos para receber atenção em muitas empresas.

Mas nesta busca incessante de simplificar, agilizar e resolver, as empresas

acabaram diminuindo opções, caminhos e possibilidades, tanto em termos de

canais de contato quanto em termos de opções ao acessar cada canal.

Hoje, ao falar com muitas centrais de atendimento, recebemos uma única

opção para escolher, ou é só” aguardar na linha”. Outra opção, e , novamente,

“aguardar na linha”.

O excesso de simplificações e caminhos acabou gerando um efeito indesejado,

que foi a sensação, no cliente, de que ele não tem mais a possibilidade de

escolher o que deseja, mas apenas seguir o que a empresa decidiu que ele

quer, seguir o caminho que ela escolheu.

O reflexo desta situação de simplificação extrema pode ser visto em uma das

principais tendências de comportamento do consumidor para este e para os

próximos anos: o DIY – Decide it Yourself.

O consumidor quer voltar a decidir o que quer fazer, escolher como fazer,

selecionar onde quer fazer. Estamos observando um consumidor que busca

cada vez mais ter espaço no processo de decisão de compra e uso de

serviços, em contraposição a uma posição mais acomodada, de deixar

decisões para empresas que vinha sendo predominante.

Há um ditado antigo que dizia que a mulher de Cesar não precisava apenas ser

honesta, ela precisava parecer honesta também. O mesmo vale para a

experiência do cliente do futuro: não basta oferecer opções, é preciso que o

cliente perceba que tem opções, possa escolher, possa ser parte do processo ,

pois isto vai mudar sua conexão com marcas e negócios, levando a um maior

engajamento e, por consequência, maior retorno para as empresas.

Para suas próximas ações de digitalização e inovação, nas suas premissas, ao

lado de simplificação e redução de custos, coloque escolha do consumidor e

percepção de poder.

Ou prepara-se para ver estas palavras escritas nos seus muros, agitadas em

bandeiras na sua porta...

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