Você se lembra da primeira vez que sentiu algo por uma marca? Talvez tenha sido ao ver um comercial emocionante, uma embalagem diferente nas prateleiras ou uma campanha publicitária que parecia falar diretamente com você. Marcas não vivem só de produtos e serviços, vivem das experiências que entregam. E é aí que tudo começa: a porta de entrada para uma relação positiva com uma marca é uma experiência memorável.
Essa entrada por um viés muitas vezes mais emocional que racional traduz os primeiros passos dessa futura relação, mas ela não será sempre memorável, é quase como um casamento, pode virar rotina ou se desgastar ao longo dos anos se não for bem alimentada.
Quem não se emocionou com as campanhas de Natal da Coca-Cola, que remetem a família, aconchego e simplicidade dos sentimentos? Ou com as campanhas de datas festivas do Boticário que causam controvérsia, mas batem no coração das pessoas de alguma forma, trazendo diversidade e vida real para aquele momento? Ou dos jargões que ainda hoje caminham com os brasileiros como: “Não é uma Brastemp” , “Bombril 1001 utilidades”, “Tomou doril a dor sumiu” , “Se é pai tem que participar”....
Para o brasileiro as memórias mais presentes são as auditivas, 42% se lembram de uma música, jargão ou jingle, seguidos de 28% que lembram da ideia no geral como “Pôneis Malditos” ou “Pipoca com guaraná” e 21% através da emoção onde os sentimentos se reconhecem.
Essas campanhas não apenas tentam aumentar as vendas. Elas abriram conversas, se conectaram emocionalmente e despertaram a confiança do consumidor. Mas uma boa primeira impressão não é suficiente para construir lealdade. Assim como em qualquer relacionamento, é preciso manter o encantamento com consistência e reciprocidade.
É aqui que entra o papel transformador dos programas de fidelidade. Mais do que oferecer pontos e prêmios, eles são a ponte entre essa experiência encantadora ou resolutiva e a construção de uma trilha duradoura. Um bom programa de fidelidade não deve ser apenas transacional, deve ser emocional, humano e adaptado ao cotidiano do consumidor.
Marcas que encantam contam boas histórias. Mas marcas que fidelizam entregam experiências vividas com verdade. Um programa de fidelidade bem construído transforma o storytelling em storyliving: o consumidor não apenas ouve o que a marca quer dizer, ele sente, vive e responde.
A relação com o consumidor é uma jornada, não um evento. A campanha inesquecível pode ser a porta de entrada, mas o que sustenta essa relação é um sistema que entende que o consumidor é, antes de tudo, um ser humano em movimento, com hábitos, expectativas, valores e, acima de tudo, pouco tempo a perder.
E esse consumidor é o principal embaixador da marca para novos entrantes, sabemos que o Brasil é um dos países que mais lê reviews no mundo, então considerar essa constância positiva é importante.
Afinal, toda marca que deseja permanecer na vida das pessoas precisa mais do que atenção. Precisa de conexão e respeito pelo tempo que o consumidor escolheu investir nela.