Alguns produtos ultrapassam a barreira do tempo e das gerações por carregarem valores universais: prazer, praticidade, bem-estar, status, conexão, conforto… Eles não dependem da moda do momento, mas sim de necessidades humanas duradouras.
Pense em um tênis Nike, em uma barra de chocolate, em um app de mensagens, em uma garrafa de Coca-Cola, sandália Havaianas ou café… Diferentes idades, mesmas escolhas. Em comum, está um propósito claro que atravessa décadas e toca o que há de mais básico no comportamento de consumo: o desejo de se sentir bem, incluído, representado.
São produtos que não precisam mudar o que são para agradar uma nova geração. Precisam, talvez, apenas repensar como se apresentam.
Existe a possibilidade de uma comunicação intergeracional?
Existe, mas ela exige cuidado.
Uma mesma mensagem pode alcançar públicos de idades diferentes, desde que seja construída sobre valores compartilhados e expressa de forma inteligente. O desafio não está no conteúdo central da comunicação, mas no modo como ele é apresentado.
Gerações distintas consomem mídia de formas diferentes, interpretam sinais com repertórios distintos e se conectam com marcas por motivos específicos. O que emociona uma pessoa de 60 anos pode entediar alguém de 20. O que atrai um jovem pode parecer exagerado para um adulto.
Por isso, a comunicação intergeracional precisa ser mais estratégica do que genérica. Em vez de tentar agradar todo mundo ao mesmo tempo, ela pode partir de uma ideia forte e única, mas desdobrá-la em formatos, canais e linguagens que conversem com cada geração no seu próprio código.
Um produto pode, sim, ser para todos.
Mas a forma de contar essa história, quase sempre, precisa ser para cada um.